O negócio e fazer greve...
- renato cordova
- 21 de mar.
- 2 min de leitura
Ferroviários de São Paulo decretam greve contra privatização da CPTM a partir de quarta-feira (26)
Trabalhadores afirmam que paralisação seguirá até governo Tarcísio cancelar o leilão das linhas 11, 12 e 13

Os ferroviários de São Paulo decidiram entrar em greve a partir da meia-noite da próxima quarta-feira (26) em protesto contra a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite de quinta-feira (20) no Sindicato dos Trabalhadores de Empresas Rodoviárias da Zona Central do Brasil, onde foi definida a "necessidade de intensificar a luta" contra o leilão das linhas.
O leilão, promovido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), está marcado para a próxima semana. A proposta do governo é conceder as linhas à iniciativa privada por 25 anos, com investimentos previstos de R$ 14,3 bilhões. A gestão de Tarcísio já privatizou a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e agora mira a CPTM.
Os trabalhadores aprovaram a formação de um comando de greve e organizaram uma manifestação para terça-feira (25), às 9h, em frente à bolsa de valores B3. A greve terá caráter indeterminado e só será encerrada com o cancelamento oficial do leilão pelo governo. Além disso, os ferroviários afirmam que não aceitarão demissões e que, caso ocorram, a paralisação será mantida.
A greve deve afetar o funcionamento das linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Em comunicado, o Sindicato dos Ferroviários declarou: "Privatizar a CPTM é transformar tudo em linhas 8 e 9!", referindo-se às linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, já privatizadas e operadas pela ViaMobilidade, que enfrentam constantes falhas e acidentes.
Em janeiro, o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito civil para investigar a ViaMobilidade por irregularidades na operação de 35 trens. Ofícios foram enviados à concessionária, à CPTM e à Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), responsável pelo leilão.
As linhas 11, 12 e 13 conectam o centro de São Paulo à Zona Leste e a cidades da região metropolitana, como Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos, atendendo cerca de 4,6 milhões de pessoas. Segundo a SPI, três grupos já demonstraram interesse na concessão.
A greve dos ferroviários reforça a resistência contra a privatização do transporte público e a defesa de um serviço de qualidade para a população.



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